quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PEDRO VAZ DE ALMEIDA



PEDRO VAZ DE ALMEIDA


Com a transferência da sede da Cia Melhoramentos, de São Paulo para São Simão e com a nomeação do novo Engenheiro Chefe o Dr. Joaquim de Castro Fonseca e com as mudanças das ordens de serviços o Sr. Pedro Vaz de Almeida, passou a desentender e não cumprir ordens da diretoria, causando atrasos nos assentamentos dos trilhos e premeditou uma situação complicada na Cia, e rescindindo o contrato em 16 de novembro de 1892.
O Sr. Pedro Vaz de Almeida (o empreiteiro) era acionista da Cia com 100 ações todas subscritas e comprou do Sr. João T. Palhares mais 100 ações, passando a ter na Cia duzentas ações todas integralizadas, tornando-se um forte acionista perfeitamente bem entrosado na vida da empresa desde o seu início, o engenheiro chefe Dr. Joaquim de Castro abre nova licitação para contratar empreiteiros.

Esse mesmo cidadão em virtude de ter perdido o contrato de empreitada, talvez por vingança ou despeito em 6 de abril de 1893 entra na Justiça local pedindo nulidade da Cia Melhoramentos, invocando a lei da época dizendo não estar o Estatuto com todas a assinaturas dos seus acionistas na Assembleia de instalação, faltando a dele própria e de mais três outros acionistas, o Juiz de Direito local julgou procedente a ação e deu ganho de causa decretando a nulidade da Cia Melhoramentos, em 18 de outubro de 1893 recorrem da sentença para o Tribunal em São Paulo.

Enquanto aguardava a decisão do recurso e na certeza de saírem vencedores da ação a Cia Melhoramentos, continuava a construção de suas linhas e avançando com os trilhos, e as construções de obras de arte, neste mesmo ano foi posto um tráfego que partindo da Estação Central derivava com uma curva a direita vindo ter a estação da Cia Mogiana na Praça Carlos Botelho, este trecho (Estação Central-Mogiana) tornou-se um ponto de atração e divertimento, aos domingos principalmente era grande o n° de moças e rapazes que tomava o trenzinho na Estação Central, ia até a estação da Cia Mogiana e vice-versa, num percurso de 2 quilômetros custando a passagem duzentos réis.

A Cia Melhoramentos de São Simão querendo conhecer a opinião de seus acionistas, publicava em São Paulo no “Diário Oficial” de 31 de outubro de 1893, o seguinte:- “Tendo sido dada sentença de nulidade contra esta Cia pelo Juiz de Direito desta Comarca, são convidados os Srs. Acionistas a reunirem-se em Assembleia Geral no dia 12 de novembro próximo futuro, na sede da Cia a fim de resolver se convém dar prosseguimento da Cia ou liquidá-la”.

O Dr. Jorge Fairbanks e os companheiros não se conformavam com essa prerrogativa do Acordão do Tribunal, em 8 de janeiro de 1895 o Tribunal rejeita o embargo, e mantém a sentença. Em 25 de outubro de 1895 o Juiz de Direito local nomeia dois síndicos para procederem a um balanço de inventário e depois a liquidação da Cia, um dos nomeados era a Cia Mogiana, mas Dr. Jorge Fairbanks impugnou dizendo que a Cia Mogiana era apenas credora de fretes, e que Pedro Vaz de Almeida não passou de instrumento de alguém interessado em ver o desaparecimento da Cia (uma ferrovia de futuro), que São Simão tanto almejava.

Não havendo entendimento entre as partes o Juiz de Direito local cumprindo o que determinava o acordão do Tribunal, em 14 de fevereiro de 1896 executou a liquidação da Cia Melhoramentos de São Simão, (mas não decretou a falência). O Tte. Pedro Vaz de Almeida paralisou o progresso de São Simão revoltando os simonenses.



Texto:
José Roberto França

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