"A MENINA DE NAPALM"
(Homenagem)
Foi há 40 anos que o fotógrafo Huynh Cong Ut se sagrou como autor da imagem da "Menina de Napalm", onde se vê uma criança nua em fuga, durante a guerra do Vietnam, a protagonista da imagem conta como foi sua vida depois do momento em que foi fotografada, no trágico incidente em que caiu a bomba.
Kim recorda que ouviu soldados axaltados a 8 de Junho de 1972 dizendo "temos que fugir daqui, nós vamos morrer" gritaram. Segundos depois, fumo roxo e amarelo já tinha envolvido o templo Cao Dai, local onde a família da menina estava abrigada há três dias. Várias bombas explodiram, fruto dos confrontos entre as forças vietnamitas de norte e sul, pelo controle da cidade. Kim sentiu o chão tremer, olhou para cima e rapidamente percebeu de que um avião estaria prestes a sobrevoá-la. Sem que desse conta do que iria acontecer, a menina foi atingida por Napalm, que a feriu gravemente.
Kim estava em choque muito ferida quando se apressou até à autoestrada, onde juntou-se aos irmãos. Quando chegou ao destino a menina não resistiu aos ferimentos e desmaiou, não tendo visto as dezenas de jornalistas estrangeiros que ali estavam para registrar os acontecimentos da guerra.
Foi então que Huynh Cong Ut, fotógrafo vietnamita (autor da imagem), viu a menina e a levou para o hospital, dentro das instalações hospitalares, Cong Ut
foi avisado de que a menina estava gravemente ferida para ser salva.
Cong Ut rapidamente mostrou sua credencial de membro de imprensa norte americana, trunfo que usou para exigir o melhor tratamento para Kim. Dias depois de a imagem ter sido publicada, outro jornalista descobriu que a menina tinha sobrevivido, apesar de ter chegado ao hospital em estado muito grave, com muitas queimaduras pelo corpo.
Christopher Wain, um correspondente britânico que também ajudou Kim na altura do acidente, lutou para que a menina fosse transferida para uma unidade norte americana, a única capaz de lhe dar o devido tratamento.
Phan Thi Kim Phuc tinha queimaduras em terceiro grau espalhadas por quase todo o corpo, "todas as manhãs, por volta das oito horas, as enfermeiras davam banho para conseguirem remover a pele morta das queimaduras".
Phan Thi Kim Phuc
Após inúmeras cirurgias, realizadas ao longo de 13 meses, a menina saiu do hospital. Kim queria voltar a ser criança novamente que sua vida entrasse na normalidade de novo. Durante algum tempo Kim Phuc consegui viver normalmente. Apesar de sua foto ser vista em todo o mundo, Kim permaneceu desconhecida, exceto para os habitantes da vila onde morava perto da fronteira com o Camboja. Entretando, as dores de cabeça e corporais acabaram por arruinar a sua vida que a jovem de nove anos queria ter.
Tantos os tramentos médicos como os medicamentos eram caros, e para usufruir de ambos Kim teve de começar a trabalhar, na vila onde morava recebia visitas frequentes de jornalistas, "eu queria fugir daquele povo que me olhava dizia Kim", e acabei sendo outra vítima com a imágem daquela foto que percorria o Mundo, Kim mostrava coragem e queria esquecer aquela cena.
Atualmente Kim Phuc é casada com um vietnamita Bui Huy Toan, Kim não acreditava que alguém iria aceitar de tantas queimaduras e cicatrizes pelo corpo, a jovem apaixonou e casou-se em 1992, tem dois filhos, reside em Toronto no Canadá, e é embaixadora da Paz na Unesco, na ONU, Kim diz nesses 40 anos hoje sou "feliz".
"Phan Thi Kim Phuc, vencedora da guerra do Vietnan"... !!!
Texto: José R. França
Ribeirão Preto - sp.
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